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Policial saca arma para jovem em metrô: a outra face do armamento no Brasil

Atualizado: 1 de set. de 2022

Na sexta-feira, dia 11 de fevereiro, um vídeo viralizou nas redes sociais: um homem ameaçando outro com uma arma de fogo na estação Engenheiro Goulart, que atende as linhas 12-Safira e 13-Jade da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

A foto mostra uma de fogo de pequeno porte com munições espalhadas por uma mesa.
Estima-se que o número total de armas de fogo no Brasil esteja entre 14 milhões e 17 milhões, com cerca de 9 milhões sem registro.

O vídeo mostrando a cena viralizou nas redes sociais: um homem ameaçando outro com uma arma de fogo na estação Engenheiro Goulart, que atende as linhas 12-Safira e 13-Jade da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).


Tratava-se de um policial, que sacou uma arma dentro do vagão do metrô pois, de acordo com passageiros, após empurrões e uma discussão os ânimos se exaltaram e, quando o homem (que está agachado na foto) foi abrir a mochila, o policial pensou que o mesmo tiraria uma arma da bolsa e foi pra cima se defender, conforme palavras dele.

Pessoas gritavam e corriam, causando desespero e medo em quem passava por ali.


Essa foto e o vídeo que circula na internet mostram, além da instabilidade mental de alguns membros da polícia paulista, a outra face do armamento no Brasil.


Somente no ano de 2021 a PF (Polícia Federal) registrou 188.505 novas armas de fogo entre os meses de janeiro e novembro, representando uma alta de 6,2% em relação a 2020. Essa alta confirma a tendência do governo atual, o qual facilita a posse de armas aos cidadãos brasileiros.


No final de 2021, o presidente Jair Bolsonaro fez uma menção a esses números, comemorando e relacionando erroneamente a redução na criminalidade no início da pandemia. “Desde quando assumimos, todos os índices de homicídios, estupros, latrocínios, roubo de veículos e cargas, invasão de fazendas, entre outros, caíram”. Isso não é verdade. De 2019 para 2020, a criminalidade aumentou em 4%.


A grande problemática nesse assunto é que o ser humano não tem estabilidade emocional e psicológica para ter uma arma. Sabe-se que, para ter o porte de arma, a pessoa precisa pagar altas taxas, além do valor exorbitante de uma arma, e faz exames psicológicos e avaliações para adquiri-la. Mas a arma, a partir do momento em que é liberada para um cidadão comum, pode ter outros fins.


Já vimos casos de pessoas em posse de armas causarem mortes no trânsito, pais que têm armas em casa e os próprios filhos causam acidentes fatais, seja em brincadeira com amigos ou até brigas no lar.

É inconsequente e incoerente essa liberação desenfreada de armas porque, ademais das tragédias cotidianas que elas causam, estudos apontam que armas compradas legalmente muitas vezes vão parar nas mãos de criminosos.


O Instituto Sou da Paz mostra que entre os anos de 2011 e 2020, analisando quase 24 mil ocorrências policiais, foi descoberta uma relação surpreendente entre os modelos mais roubados, furtados e extraviados e os tipos de armas encontrados com os criminosos.


A flexibilização na compra de armas e na compra de munição aumentou o desvio de armas, com a venda ilegal de armas legais, já que podem ser forjados documentos ou cidadãos podem comprar o objeto simplesmente para revender.


A frouxidão na lei para aquisição de armamento de fogo, a falta de preparo dos profissionais que vendem as armas na verificação de documentos e licenças, e a barbárie defendida pelo governo, incentiva os cidadãos a resolver tudo na base da violência, em uma sociedade onde a arma é mais valorizada que a vida e o pensamento crítico.

 

Fontes:





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