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Venda do Twitter: Musk mostra que poder “compra” poder

Atualizado: 23 de abr. de 2023

O bilionário Elon Musk conseguiu concluir a compra da plataforma Twitter na tarde de hoje (25), após encurralar os donos da empresa em uma estratégia conhecida no mercado de ações como “hostil”.

O Twitter lutou enquanto pode das “garras” de Musk, isso é inegável. O Conselho da empresa usou como estratégia o chamado plano de “direitos dos acionistas” um dia após a oferta de Musk, o que tornaria mais difícil a compra da empresa, mas não foi suficiente. Ao adotar essa estratégia, o Twitter permitiria que os investidores comprassem ações a um preço com desconto inacessível para Musk, o que poderia dar uma margem de manobra para a empresa. Segundo Bret Taylor, presidente do conselho independente do Twitter, “um dos pontos considerados para a venda da empresa foi o impacto nas ações para os acionistas”.


Informação e Poder


Deter o controle da informação é uma arma crucial na “Era Digital”, sobretudo os dados dos usuários. Empresas como Facebook, WhatsApp, Telegram, Tik Tok e Instagram conseguem atingir um grande interesse dos bilionários de todo o mundo, e esta deveria ser uma das primeiras inquietações de todos nós usuários: o quanto valem nosso dados?


Pessoas como Elon Musk não são difíceis de encontrar no grupo seleto dos bilionários, (o que podemos chamar de “capas da Forbes” ou da “Time”) em sua esmagadora maioria homens brancos e herdeiros que já têm muito poder e não poupam manobras para acumular ainda mais.


Musk ao que parece, se poda menos em dizer aos quatro ventos as suas visões e o quanto o poder econômico não é visto como um problema para suas excêntricas ideias do que classifica como o “mundo do futuro”, o que vai desde “colonizar” planetas a viagens patrocinadas à lua. Por outro lado, sair do planeta em que habita parece ser um ponto mais interessante do que olhar para sua volta. O homem mais rico do mundo é nascido no continente mais pobre do mundo. Elon Musk é filho de um sul-africano e de uma canadense e nasceu em Pretória, capital da África do Sul.


Seu tom debochado e “descolado”, garantido pela sua fortuna que cresce cada vez mais e o torna quase inalcançável, parece agradar a geração dos “defensores da liberdade de expressão”, inclusive essa foi a bandeira que levantou ao comprar o Twitter nesta tarde. Mas, Musk por sua vez navega muito bem em mares revoltos, não é à toa que sempre está envolvido em escândalos e polêmicas. Uma delas aconteceu ao fazer severas críticas ao Twitter quando a plataforma baniu o ex-presidente Donald Trump por divulgação de fake news e incitar a violência na invasão ao Capitólio (EUA).


Futuro do Twitter


Por que Musk investiria tanto em uma rede social que sobrevive basicamente de anúncios patrocinados? Numa sociedade de massas, em que as redes sociais dão voz a todos e providenciam a falsa sensação de influência, a cartada de Musk foi meticulosamente pensada e calculada. Ter hoje uma rede social como o Twitter significa ter à seu dispor 217 milhões de usuários quiçá com potencial maior, embora este número pareça ter estacionado no ano de 2021. Por outro lado, Musk assume o risco da debandada de usuários e alguns até mesmo temem que o ambiente fique mais “tóxico” do que já é atualmente.


O caminho que o Twitter seguirá é dificil de prever, mas nesta tarde no Século XXI tivemos mais uma vez um exemplo do quanto a informação é poder e inclusive pode fazer parte da manutenção do mesmo.


Texto por Katiane Bispo

Formada em Relações Internacionais e especialista em Políticas Públicas e Projetos Sociais. É podcaster do “O Historiante” e colunista do “Zero Águia”.

Instagram: @uma_internacionalista

 

Fontes:





Elon Musk compra Twitter por US$ 44 bilhões | CNN 360°: https://www.youtube.com/watch?v=R_rrRU38G8Y - acessado em 25.04.2022





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